O pico de uma das chuvas de meteoros mais aguardadas do ano acontece neste final de semana, na madrugada de sábado para domingo (13).
A Perseidas é superintensa no hemisfério Norte, podendo gerar até 100 “estrelas cadentes” por hora. Por aqui, infelizmente, essa taxa deve variar entre 5 e 30, dependendo da região.
Quanto mais “paracima” no Brasil a pessoa estiver, maiores serão as chances de ver os meteoros — ou seja, moradores do Norte e Nordeste devem ter mais sorte.
Um meteoro acontece quando um pequeno fragmento de rocha espacial entra na atmosfera da Terra, em altíssima velocidade. Isso provoca um efeito luminoso que cruza o céu, e por isso também é chamado de estrela cadente.
Como observar
A melhor janela de observação é entre as 3h30 e o amanhecer. O radiante (ponto onde os meteoros aparentam convergir) da Perseidas é, como diz o nome, a constelação de Perseu.
°Basta olhar para a região norte do céu, onde estará o radiante, e esperar pelos meteoros;
°Não é preciso focar a visão na constelação, eles podem surgir de toda área ao redor;
°Sites ou apps de astronomia (como Skywalk, Starchart, Sky Saari ou Stellarium) podem ajudar ao indicar a direção e o horário exato em sua cidade;
°A madrugada seguinte, de domingo para segunda, também é uma boa oportunidade para ver os meteoros.
A chuva de meteoros Perseidas
A Perseidas acontece todos os anos, quando a Terra atravessa uma trilha de detritos do cometa Swift-Tuttle, entre 17 de julho e 24 de agosto.
Descoberto em 1862, este cometa é bem grande, com 26 km de largura (mais que o dobro do “asteroide dos dinossauros”). Ele passa perto da Terra, mais ou menos, a cada 130 anos; a última vez foi em 1992, e só deve voltar em 2125. A cada visita, derruba pequenos pedaços de rochas e poeira pelo caminho.
O pico ocorre quando passamos pela área mais central e densa desse rastro; ela continua ativa até o final do mês, mas cada vez menos intensa.
Para esta madrugada, o Exoss, projeto de monitoramento de meteoros ligado ao Observatório Nacional, estima no Brasil possibilidades de:
Região Norte: a melhor do país para observar essa chuva, entre 25 e 40 meteoros por hora.
Região Nordeste: entre 15 e 30 meteoros por hora.
Região centro-oeste: entre 8 e 20 meteoros por hora.
Sudeste: entre 5 e 10 meteoros por hora.
Região Sul: a menos favorecida, com menos que 5 meteoros por hora.
Veja o mapa da intensidade das Perseidas durante o pico:
Lágrimas de San Lorenzo
Por ser tão intensa no hemisfério Norte, a chuva de meteoros Perseidas originou lendas e misticismo. Na Espanha, de tradição católica, ela ficou conhecida como “Lágrimas de San Lorenzo”.
“Em um ano que a chuva foi extremamente intensa, bem no Dia de San Lorenzo (10/8), a população que não estava acostumada com aquilo associou o fenômeno a lágrimas do santo, que estaria chorando pelos pecados humanos. Foi um grande evento, os sinos das igrejas dobraram a noite inteira, foram celebradas missas e mais”, diz Julio Lobo, astrônomo e contador de histórias sobre o Universo.
Já o nome Perseidas remete à mitologia grega. Perseu era um herói, semideus, filho de Zeus, que ficou conhecido por cortar a cabeça da Medusa e salvar Andrômeda — com quem depois se casou.
“Por isso, na mesma região do céu, estão interligadas as constelações de Perseu, Andrômeda, Cassiopeia, a mãe de Andrômeda, e Pegasus, o cavalo alado de Perseu”, ressalta Lobo.
A constelação de Pegasus é a última é a única bem visível do Brasil, por ficar mais alta no horizonte. “Dá para ver ele certinho. Eu brinco que quem consegue ver o cavalinho no céu tem o coração puro, a mente aberta e é espiritualizado. E aí, não sei por que, todo mundo enxerga”, se diverte o astrônomo.
Entenda melhor as diferenças entre asteroides, meteoros, meteoritos outros objetos espaciais.
Fonte: UOL