Nesta quinta-feira (10), em reunião do Conselho da Caixa – composto pelos vice-presidentes da instituição –, foi formada maioria para a exoneração de Karla Montes Ferreira, superintendente de crédito pessoa física, que foi a responsável pela área do consignado do Auxílio Brasil.
Em nota, a Caixa informou que “a empregada de carreira está sendo dispensada da função gratificada por interesse da administração”.
A decisão da maioria do Conselho, cuja reunião ainda continua, é uma resposta do banco depois que a instituição, sem a menor transparência, divulgou documentos sobre a operação do consignado, criada às vésperas da eleição no governo Bolsonaro, com tarjas, evitando a publicidade de seu conteúdo. Depois disso, a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou que os documentos fossem enviados sem tarja, o que foi cumprido pela Caixa.
Ela foi uma das responsáveis por tocar o programa, que trouxe prejuízos para o banco e que é alvo de investigação. Ela, no entanto, é considerada uma excelente técnica e o lado mais frágil da cadeira decisória do banco. Isso porque para a aprovação da proposta o diretor dela e a então vice-presidente da sua área tiveram de dar o aval. Mas nenhum dos dois sofreu qualquer punição.
Além disso, para a aprovação a proposta, dois comitês – um de diretores e outro de vice-presidentes – tiveram de dar o sinal verde.
Rita Serrano, presidente da instituição, está no radar para perder o cargo. Entre os pontos avaliados pelo governo, é o de que ela não conseguiu responder de maneira rápida à necessidade de informações sobre eventuais ilegalidades na operação do consignado, além de ter mantido no cargo vice-presidentes e diretor que deram o ok para a operação.
G1.