Mais uma vez, o sonho dos matozinhenses e prudentinos de verem retirado de dentro dessas cidades o trânsito de veículos pesados, foi adiado. Novamente, o governo estadual cancela o projeto que construiria a nova MG-424. Não diferente, a cidade de Sete Lagoas também se sente prejudicada, já que uma nova estrada permitiria escoar melhor sua produção e a aproxima do aeroporto internacional de Confins.
Tudo isso porque o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), publicou, no último sábado (15/7), o distrato da concessão da rodovia MG-424, referente ao trecho de 49 quilômetros que vai do entroncamento com a MG-010, em Vespasiano, até Sete Lagoas, na região Central do estado.
Alguns políticos da região, em especial, os que certamente não são impactados negativamente pela estrada, e os que não têm necessidade de utilizar o péssimo trajeto até Sete Lagoas, comemoram a decisão, não apenas pela previsão de instalação das praças de pedágio, mas, também para fazer promoção política.
Na realidade, o distrato foi causado porque a empresa vencedora da concessão não cumpriu o prazo de 90 dias para assumir a operação, a partir da assinatura do contrato que ocorreu em fevereiro deste ano. “A empresa não respondeu conforme o esperado pelo governo sobre o inicio das obras, levando ao cancelamento do contrato”, afirma a nota.
Como alento, o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) iniciou os trabalhos para licitar a recuperação funcional da MG-424 no segundo semestre de 2023. Segundo o governo, a realização das obras garantirá a melhoria do pavimento e da sinalização, trazendo mais segurança aos usuários.
Breve histórico
A tentativa de melhorar a ligação da Região Metropolitana de BH com a região central, através da MG-424, é antiga. Em cerca de 20 anos, pelo menos quatro grandes projetos foram cancelados ou adiados.
Os três últimos governos tentaram emplacar a construção da nova MG-424. Em 2010, o governo Anastasia, lançou o Programa Caminhos de Minas, a ser custeado pelo próprio estado, mas o projeto se quer foi licitado.
No governo Pimentel (PT), em 2017, foi apresentada a primeira proposta de concessão, prevendo a instalação de duas praças de pedágio, o que houve grande mobilização na região de Pedro Leopoldo que não concordava com a cobrança, considerando já ter o trecho da cidade para a capital em melhor condição e duplicada. O projeto foi suspenso pelo tribunal de contas do estado.
Já no governo de Romeu Zema do Partido Novo, ainda no primeiro mandato, foi retomado o projeto do petista e finalizada a licitação no valor de R$ 400 milhões, mas, a concessionária não iniciou o projeto, levando o governo a optar pelo cancelamento.
Da redação